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Mesa redonda discutiu as formas de apoio às pessoas em situação de dor e sofrimento psíquico

Na tarde de 1º de outubro aconteceu no campus Floresta do IF Sertão-PE a roda de conversa “A dor é necessária. O sofrimento é opcional. Será?”, promovida pelos alunos da disciplina de marketing do curso de Gestão da Tecnologia da Informação, turma 2018.2. Conduziram o bate-papo os professores Álvaro Botelho, apresentando aspectos da sociologia; e Ana Patrícia Borges, psicóloga.

 


Um grupo de alunos de GTI idealizou o evento

Em consonância com o título do evento os temas mais discutidos foram dor e sofrimento, seus aspectos subjetivos e objetivos; socioculturais e contemporâneos, psíquicos e físicos; além da importância da reflexão comunitária sobre as implicações do sofrimento que podem culminar em atitudes extremas como o suicídio e o papel que cada um pode desempenhar no amparo e apoio de pessoas que encontram-se no contexto da depressão.

No público estiveram presentes alunos do Ensino Médio Integrado e do Ensino Superior e servidores da instituição. O evento teve início com uma provocação para que o público comentasse o porque o ser humano tem discutido mais o sofrimento. Algumas questões levantadas pelo público foram as diferenças no contexto vivido entre as gerações passadas e as novas gerações de jovens; a competitividade da vida contemporânea; a solidão dos jovens diante dos avanços tecnológicos e da comunicação digital; dentre outros.


O evento contou com a presença de alunos de todas as modalidades de ensino do campus

O professor Álvaro Botelho iniciou a participação falando sobre os aspectos sociológicos da dor e do sofrimento, explicando qual o papel destes no enfrentamento aos aspectos negativos ou errados da vida de cada ser e as diferenças do que desperta a dor ao longo da história e das gerações.

 “Dor significa que algo está errado, e isso nos leva ao sofrimento que é uma simbolização da dor, um significado. Quando dou um significado construo uma narrativa, uma ideia que dá sentido àquela dor, o meu sofrimento agora passa a ter um sentido que vai além de uma dor biológica. O sofrimento não é opcional, mas é dado pelas regras da sociedade; e está dado primeiramente por que ele é necessário no sentido que constrói uma narrativa sobre algo que está errado, ou seja, diante de uma angustia, uma dor, seja causada por uma emoção ou doença, eu preciso dar sentido a ela. E por que a gente faz isso? Por que quando a gente dá sentido as coisas a gente passa a poder lidar com elas, a gente só consegue lidar com as coisas quando a gente toma consciência delas por meio do contexto da sociedade na qual estamos inseridos (…) assim a dor é um fenômeno social que muda em relação à história e em relação à cultura.”, disse o docente. 

Além disso Álvaro destacou que a dor não é apenas biológica ou apenas psíquica, estando diretamente ligada à maneira na qual interagimos uns com os outros. A professora Ana Patrícia concordou com muitos dos aspectos destacados e explicou outros levantados pela área da psicologia como, por exemplo, que o uso de medicamentos não pode ser encarado como o único mecanismo para lidar com a ansiedade, depressão e comportamentos compulsivos; por combaterem apenas os sintomas e não as causas.

“A gente só vai conseguir compreender os sintomas desses comportamentos quando a gente contextualiza a dor e o sofrimento, quando a gente traz isso para a vida das pessoas e encontra o lugar da narrativa social na qual a pessoa está inserida, quando entendemos em que lugar a pessoa se coloca ou é colocada na sociedade. É algo muio individual, não dá para se fazer uma receita geral e encaixar todo mundo, temos que olhar para cada um. E a relação social é uma alternativa de transformar os motivos da dor, é necessário um movimento individual e coletivo, afinal o que pode nos salvar somos nós mesmos”, disse Ana Patrícia.


Álvaro Botelho e Ana Patrícia foram os facilitadores no diálogo sobre dor e sofrimento psíquico

Assim, a roda de conversa destacou a importância da conscientização sobre o sofrimento psíquico para que a população em geral esteja ciente que existem causas objetivas e subjetivas, mas que o sofrimento é real, não se tratando de um comportamento escolhido pelo outro. “ O que a gente pode fazer uns pelos outros é estender a mão mesmo, é estar do lado, é ser parceiro,é ser ouvinte, é ser um apoio, mas, também saber que 50% ou menos é a gente quem faz, o outro também tem que fazer uma contrapartida para que aconteça o encontro, esse encontro é o que pode nos permitir repensar e refazer um pouco desses motivos do sofrimento, (...) as vezes trazer um pouco da realidade para a pessoa que está em sofrimento, e não passar dos limites pessoais no momento de amparar o outro”, afirmou a docente.

Para finalizar o evento o público presente teve a oportunidade de dirimir as dúvidas surgidas ao longo do diálogo. 

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