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Última Atualização: 24 Julho 2019
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Criado: 24 Julho 2019
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Estudantes e professores participam da segunda etapa de projeto que celebra diversidade musical e estética dos povos indígenas
Nesta quinta (18) e sexta-feira (19), estudantes e professores do campus Petrolina participaram da segunda etapa do maior projeto de circulação musical do país, o Sonora Brasil, que este ano, em sua 22ª edição, celebra a diversidade musical e estética dos povos indígenas. Promovido pelo Serviço Social do Comércio (Sesc), em parceria com o Núcleo de Estudos e Pesquisas Afrobrasileiros e Indígenas (Neabi), do IF Sertão-PE, o evento aproximou a comunidade acadêmica e a sociedade em geral de duas etnias tradicionais do Rio Grande do Sul, Mbyá-Guarani e Kaingang.
Grupo musical Nóg Gã, do povo Kaingang, abriu a sessão de apresentações no Sesc Petrolina
Na programação do primeiro dia, se apresentaram os grupos musicais indígenas Nóg Gã, do povo Kaingang, e o coral infantojuvenil Teko Guarani, do povo Mbyá-Guarani. A apresentação dos Nóg Gã teve a utilização das lanças de guerra como instrumento percussivo. Em contato com o chão, as lanças embasam ritmicamente as marcas coreográficas dos cantadores. Todas as músicas têm um significado relacionado à luta do povo Kaingang em defesa da “mãe terra”.
Já o coral infantojuvenil Teko Guarani, do povo Mbyá-Guarani, utiliza o mbaraká (violão) com cinco cordas, que representam cinco divindades: Tupã, Kuaray, Karaí, Jakairá e Tupã Mirim. O ravé (violino/rabeca) possui três cordas e é um instrumento de invenção indígena. O mbaraká miri (chocalho) e o angu´á pú (tambor) têm funções primordiais na sustentação do andamento e ritmo musicais, além da importância no estabelecimento da conexão com as divindades.
Apresentação do coral infantojuvenil Teko Guarani, do povo Mbyá-Guarani
Ambas as apresentações foram entremeadas por referências a aspectos culturais dos povos, como a educação infantil, a religiosidade, as práticas sociais, as artes e os comportamentos dos indígenas. Cacique do povo Mbyá-Guarani, José Cirilo destacou a importância das informações partilhadas para o público do Sonora Brasil. “Não é todo momento que a gente tem a oportunidade de divulgar a nossa cultura. Traz mais respeito e a certeza de que cada um vai levar a semente adiante”, destacou ele.
Um dos responsáveis pela articulação do campus Petrolina com o Sesc para a realização do Sonora Brasil foi o professor de Sociologia Jackson Barbosa. Segundo ele, a possibilidade de intercambiar informações com os professores e estudantes é importante no sentido de “desmistificar a cultura indígena e promover uma educação intercultural. Para a formação dos professores, uma das vocações do instituto, é uma temática obrigatória”. No Sesc Petrolina, estiveram presentes estudantes das Licenciaturas em Música, Física e Computação.
Os dois grupos musicais se reuniram no final da apresentação para agradecer e responder as perguntas do público
Para a estudante de Licenciatura em Música, Dalila Nascimento, as apresentações dos grupos musicais indígenas Nóg Gã, do povo Kaingang, e o coral infantojuvenil Teko Guarani, do povo Mbyá-Guarani, foram novidades. “É a primeira vez que escuto a musicalidade indígena. Tive agora a ideia de levar para a sala de aula, já que eu posso incluir a musicalidade dos índios nas aulas que darei para os meus alunos”, afirmou ela.
Encerrando a segunda etapa do projeto Sonora Brasil, foi exibido, na noite da última sexta-feira (19), no auditório do campus Petrolina, o filme “O Abraço da serpente”, que narra a história da amizade entre Karamakate, último sobrevivente de sua tribo, e dois cientistas em busca de uma suposta planta sagrada na Amazônia.