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Última Atualização: 22 Agosto 2019
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Criado: 22 Agosto 2019
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Ex-alunas do IF Sertão-PE vencem Olimpíada Brasileira de Zootecnia
Vencer a etapa nacional de uma competição inédita era só um sonho para Deyziane Barros e Celma Gomes, egressas do curso técnico em Agropecuária dos campi Salgueiro e Ouricuri do IF Sertão-PE. Mas, no dia 16 deste mês, se tornou realidade. Depois de enfrentar 58 universidades e mais de duzentos estudantes, elas venceram a 1ª Olimpíada Brasileira de Zootecnia, na categoria equipe, com outros três colegas de graduação: Gabriela Mayara, Elias Leocadio e Matheus Henrique Silva. Batizado de "Zootecnia no Sertão", o grupo concorreu e venceu as etapas locais, regionais até chegar à nacional, e se destacou com a proposta inovadora de criar um aplicativo para ajudar criadores a gerenciar o manejo de animais de acordo com o clima local.
A Olimpíada teve três fases, compostas por provas de desempenho individual e uma prova coletiva na qual a equipe deveria propor um projeto inovador na área de Zootecnia, possível de ser desenvolvido nos próximos 5 anos. A competição, até então inédita no país, foi criada pela Associação Brasileira de Zootecnia com objetivo de incentivar os estudantes da área e promover o desenvolvimento da ciência. Foi Celma, hoje estudante de Zootecnia na Universidade Federal Rural de Pernambuco, quem descobriu a oportunidade de participar e reuniu a equipe.
Estudantes venceram a Olimpíada, desbancando mais de 200 concorrentes com um projeto inovador para auxiliar criadores no manejo de animais
"Eu vi uma notícia sobre a olimpíada no instagram e procurei Gabriela para montarmos uma equipe. Usamos a estratégia de escolher colegas que atuassem em ramos diferentes da Zootecnia, que é uma área muito ampla, pois queríamos mostrar que o Sertão tem essa diversidade de estudantes capacitados. Desde o começo, participar da competição foi uma maneira que encontramos de mostrar que os estudantes e profissionais do Sertão existem e devem ser valorizados, pois ainda é muito grande o estigma com a nossa região. Eu nunca imaginei que fôssemos vencer todas as etapas até chegar à nacional, mas agora vejo como um incentivo para que outros alunos participem, e para que acreditem no potencial das nossas escolas e universidades", contou Celma.
Antes de ingressar na graduação em Zootecnia, ela fez o curso técnico em Agropecuária no campus Ouricuri. "Foi uma formação muito importante na minha caminhada até o curso de Zootecnia. Tive excelentes professores, em especial o professor Rafael Aquino, que me mostrou a Zootecnia e as possibilidades de atuação nessa área, me motivando a buscar a graduação e seguir nas Ciências Agrárias quando terminei o curso técnico. Grande parte do meu preparo para o bom desempenho na Olimpíada veio do IF, como pessoa, estudante e profissional. As provas individuais da competição tinham muitas questões de concurso, o que me mostrou que estou preparada não só para esse tipo de desafio, mas também futuramente, para uma prova de pós-graduação, concurso técnico, etc. Só tenho a agradecer por toda essa experiência", avaliou.
Assim como a colega, Deyziane Barros também lembra com gratidão dos tempos de estudo no campus Salgueiro, onde cursou Agropecuária de 2013 a 2015. "Foi um curso que me abriu a cabeça para várias oportunidades na vida, que me deu incentivo para buscar uma universidade federal perto de casa, que oferecesse graduação na mesma área, e me levou onde estou hoje. Sou muito grata por saber que temos uma instituição de qualidade, gratuita, como o IF Sertão-PE, que nos prepara bem para a universidade, nessa região que ainda é tão estigmatizada na academia e no mercado de trabalho. Nossa vitória na olimpíada só reforça o potencial dos estudantes do Sertão e ajuda a quebrar antigos preconceitos", afirmou.
As alunas, que se preparam para concluir a graduação no próximo ano, agora vão investir no desenvolvimento do projeto que as levou à vitória na OBZ. "Não podemos dar muitos detalhes porque será patenteado, mas é um projeto muito bacana. Nossa expectativa é contribuir com o manejo local e ajudar os pequenos criadores. Queremos devolver um pouco à sociedade o conhecimento que adquirimos durante a nossa formação, é o grande legado que a universidade e o Instituto Federal nos dão", explicou Deyziane.
A dupla também agradeceu aos colegas de equipe, alunos da UFRPE campus Serra Talhada, e aos coordenadores e professores da instituição que participaram e apoiaram o grupo nas etapas da olimpíada.